26 de junho de 2012

Filme: Hesher


"A influência do Metallica  no filme do diretor Spencer Susser pode ser notada de forma imediata pelas letras que consagraram o logotipo da banda e foram usadas também para o nome do filme. Além disso, várias músicas da banda, que foi uma das precursoras do thrash metal, formam a trilha sonora do filme o que é raro, já que os integrantes do Metallica não costumam autorizar o uso de suas músicas. O que faz deste filme uma exceção é que o personagem Hesher (Joseph Gordon-Levitt) foi inspirado em Cliff Burton, o genial baixista que morreu em um acidente com o ônibus da banda em 1986, e a encenação realmente lembra o músico."

Apesar de parecer visualmente e ter alguns trejeitos parecido com o do músico, a personalidade e as atitudes do personagem não condizem com a de Cliff Burton, que segundo relatos presentes em diferentes bibliografias, apresentava-se uma pessoa calma e gentil a maior parte do tempo.
O filme é uma boa pedida, com uma boa dose de humor negro mas que também pega pesado no drama, Hesher é um personagem que dá para ser chamado da cativante, embora não seja um bom exemplo para ninguém. 

FICHA TÉCNICA
Diretor: Spencer Susser
Elenco: Natalie Portman, Joseph Gordon-Levitt, Rainn Wilson, Piper Laurie, John Carroll Lynch, Audrey Wasilewski.
Produção: Lucy Cooper, Johnny Lin, Natalie Portman, Scott Prisand, Win Sheridan, Spencer Susser, Matt Weaver
Roteiro: Spencer Susser, David Michôd
Fotografia: Morgan Susser
Duração: 100 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Filmula / Corner Store Entertainment / CatchPlay / The Last Picture Company

fonte: http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/hesher/id/17458





25 de junho de 2012

IV Noise Fest _ Maio de 2008: Arquivo Underground_ Cabo Frio/RJ, Região dos Lagos

O "Noise Fest" fez história na Região dos Lagos, neste post trago para relembrar, o flyer da quarta edição que achei entre meus guardados numa gaveta esses dias. O evento acontecia no teatro municipal da cidade de Cabo Frio no Rio de Janeiro, reunindo pessoas de várias regiões. A programação era majoritariamente underground, com bandas do local e arredores, normalmente trazia um headline* que contava já com um pouco mais de visibilidade na cena, ou que vinham de outro Estado. 
Faltam fontes na internet sobre as edições anteriores, mas qualquer esforço para remontar a história do passado recente da cena da região terá de passar por esse evento, caso alguem tenha informações a acrescentar e que gostaria de colaborar de alguma forma, pode entrar em contato.

*headline = banda principal de um evento




No Youtube é possível encontrar alguns vídeos do evento:

4 de junho de 2012

O metal nacional em busca de sua identidade

Leia a matéria em: http://oglobo.globo.com/cultura/o-heavy-metal-brasileiro-que-comecou-no-para-faz-30-anos-5104458
Como na matéria publicada no dia 3 de Junho de 2012 pelo jornal O Globo, “O heavy metal brasileiro, que começou no Pará, faz 30 anos” nota-se um esforço que vem sendo feito, muitas vezes por parte dos próprios personagens, para se contar a história do “metal nacional”. São bandas tidas como pioneiras do gênero no país, como: Stress, Viper, Dorsal Atlântica, Metalmorphose, Santuário, entre outras, que estão voltando a ativa ou encabeçando projetos de “resgate” ao passado histórico.

Esse esforço vem sendo justificado por uma demanda que parte dos próprios fãs, pessoas que em muitos casos, nem fizeram parte daquele momento, mas possuem determinado apreço pela história. Isso está ligado a ideia do fã como “curadores” do acervo de memória musical informativa.*

"Uma vez que o público que tem atualmente mais de 30 anos não havia atingido  a puberdade quanto o punk estava no seu auge - muito menos quando os Kinks e os Stones estavam em sua melhor fase - essas publicações genuinamente representam uma herança para os leitores de uma faixa etária que não experimentou a música quando ela foi primeiramente lançada. O seu interesse é atiçado não pela nostalgia da sua juventude, as por um interesse no grande alcance da tradição e nos artistas 'clássicos' que definiram a configuração da música popular atual." (JENNINGS, 2007, p.35)*.

Esse tipo de prática está relacionadas às negociações de identidade e do capital subcultural (AMARAL, 2010, p.18), que são reforçadas com as práticas comunicacionais possibilitadas pela internet. Neste sentido a busca por sua história está diretamente ligada à questão da identidade, logo, esse “esforço” de historicização reflete uma necessidade de auto-afirmação do gênero no que diz respeito á sua produção “nacional”, neste caso, o Brasil.

Mesmo com mais de 30 anos de história o “Metal Nacional” enfrenta ainda um série de empecilhos que dificultam sua definição, seja a língua, o fato de circular majoritariamente no underground ou de utilizar-se de meios alternativos de circulação. O Metal não é um gênero reconhecido como tipicamente brasileiro, a exemplo do Samba, então o que definiria o “Metal Nacional”?

Essa pergunta há de ser respondida com base em negociações por parte dos fãs, e pessoas preocupadas em discutir a definição do termo, pois não é algo dado. A meu ver o Metal Nacional é aquele produzido por músicos brasileiros, seja em português, inglês ou qualquer outra língua. O Metal guarda uma forte identidade global, o que lhe permite se libertar mais facilmente de algumas “barreiras” geográficas e culturais.

Outro ponto que tenho a adicionar é que a preocupação com a base histórica é importante, mas também é preciso reconhecer os esforços que vem sendo realizados atualmente, manter um olhar para o futuro da cena.


Bibliografia:

*Tradução feita por Adriana Amaral para o artigo AMARAL, A. Práticas de Fansourcing. Estratégias de mobilização e curadoria musical nas plataformas musicais. In: SÁ, Simone (org). Rumos da Cultura da Música. Porto Alegre: Ed. Sulina, 2010
disponível em: http://palavrasecoisas.files.wordpress.com/2010/07/prc3a1ticas-de-fansourcing1.pdf

JENNINGS, David, Net, blogs and rock n' roll. How digital Discover works and what it means for consumers, creators and culture. Boston: Nicholas Brealey Publishing, 2007.